Tulio Milman era mais consistente falando sobre OVNIS

Durante a semana, tive uma discussão por e-mail com o colunista de Zero Hora, Tulio Milman. Na edição de domingo do jornal, o jornalista criticou a proposta de redução da maioridade penal (para ler, clique aqui). Enviei um comentário para ele, no que se seguiu a seguinte discussão:

Eu: Em sua coluna na ZH dominical, onde critica a proposta de redução da maioridade penal, o senhor se saiu com a seguinte frase: “O Congresso quer ouvir a voz das ruas? Que a ouça quando as ruas têm razão.” Segundo o seu raciocínio democrático, as ruas só tem razão quando elas estão de acordo com a sua opinião.

Tulio Milman: Bom dia. Na minha opinião, as vozes das ruas têm razão quando elas falam sobre democracias liberdade, bom senso e razão. No caso da maioridade penal, vejo apenas sede de vingança, medo e ódio. Um abraço e obrigado por escrever.

EuEssa sua resposta é uma forma muito particular de ser autoritário. O senhor elenca quais assuntos específicos as ruas tem razão, censurando todos os demais. Além disso, não apresenta um único argumento para justificar o motivo de a rua ter razão sobre liberdade, mas não sobre maioridade penal. Me parece que você se coloca como integrante de uma corte iluminada e revisora do pensamento da sociedade, que seria, no mais das vezes, bronca e conservadora. A você, portanto, como bem informado e formador de opinião, caberia o papel de civilizar os brutos e selvagens. Me parece, Tulio Milman, que você desconhece, ou faz que desconhece, o papel do Legislativo. O Legislativo é a voz das ruas, plasmada em representação. Eles estão lá para, dentro das regras constitucionais, ecoar os anseios sociais, não para fazer a vontade particular de Tulio Milman.

Tulio Milman: Autoritário? Mas por que me desqualificar pessoalmente em vez de discutir ideias? O senhor não me precisa me chamar de autoritário. Apenas defendi minhas ideias. Não lhe qualifiquei e nem o farei. Estou aqui conversando com o senhor de forma direta e honesta. O fato de discordarmos não deve jamais ser motivo para falta de cordialidade. O senhor não acha? Então quem sabe o senhor tenta argumentar comigo sem me julgar?

EuNão lhe chamei de autoritário. Eu disse, isso sim, que sua resposta tinha formato autoritário. Repito-me: “Essa sua resposta é uma forma muito particular de ser autoritário”. Dito isso, debati o seu argumento sim. Afirmei que você “elenca quais assuntos específicos as ruas tem razão, censurando todos os demais, sem apresentar um único argumento para justificar o motivo de a rua ter razão sobre liberdade, mas não sobre maioridade penal”. Se isso não é tratar dos termos de seu texto, então não sei o que é. A tática de simular ofensa para fugir da discussão de mérito, o sentido de que as ruas só estão certas quando estão dentro dos temas que você elenca que estão, é velha e desgastada a mais não poder. Veja que nem entrei no mérito da discussão da validade dos seus argumentos em relação a redução da maioridade. Você tem o direito de dizer e pensar o que achar que deve sobre qualquer tema que considere oportuno, mas não tem o direito de se arrogar corte superior de razão da majoritária parte da sociedade que defende uma reforma na legislação referente aos menores de idade.

Tulio não respondeu essa última mensagem, mas nem é preciso que o faça para ficar evidente que ele era muito mais consistente como apresentador de matérias sobre OVNIS no Teledomingo do que como formador de opinião.

Tulio apresenta reportagem sobre OVNIS no Teledomingo: Bons tempos

O bárbaro ataque do chavismo ao Congresso Nacional e ao Brasil

O governo petista é cúmplice político dos ataques dos bolivarianos aos senadores brasileiros. A nota do Itamaraty é cínica. O embaixador não acompanhou a comitiva do Congresso Nacional por instrução do comando do órgão diplomático.

Também não adianta dizer que o ataque aos senadores brasileiros não foi orquestrado. As milicias bolivarianas integram o governo Maduro e dele recebem recursos e instruções. A milicia que atacou os senadores brasileiros na Venezuela é a mesma que esses dias estava matando os próprios estudantes venezuelanos.

O governo que convocou seu embaixador em Israel por assuntos alheios não chamará agora o da Venezuela por assuntos seus? O que os EUA faria se uma comitiva de senadores de seu país fosse atacada e sitiada em uma missão humanitária no Irã?

O silêncio de Dilma se explica. Ela jamais adotaria uma postura de confrontamento em relação a seu aliado de Foro de SP. Dilma só reclama quando traficante é executado na Indonésia. Quando senador brasileiro é atacado na Venezuela, não se ouve uma única palavra.

Debate no Terça Livre: O voto impresso é a garantia de mais transparência no processo eleitoral

O editor do blog, juntamente com Ítalo Lorenzon e Carlos Dias, participou de um debate promovido pelo Terça Livre que tratou da aprovação, em primeira votação, da emenda que garante a impressão dos votos computados em urna eletrônica. Na minha avaliação é um avanço ao sistema eleitoral, que precisa sempre se aprimorar no sentido de trazer o eleitor uma confiança crescente na certeza de eficiência e transparência das eleições.

Confiram a íntegra do programa:

Sérgio Manberti e as catacumbas

Nas catacumbas do Castelo Rá-Tim-Bum, habitava um monstro grande, hediondo e escandaloso que se chamava Mau. Mau incitava o pior nos outros, sempre aos berros e grunhidos. Sérgio Manberti, que na série interpretava o Dr. Victor, resolveu incorporar o personagem. Em um reunião com outros petistas, perguntou onde estavam os Black Blocs, além de caracterizar os manifestantes que protestavam contra o governo como “convescote de ricos”. Manberti, que também é  grande, hediondo e escandaloso, resolveu ser o Mau da classe artística, incitando aos berros e grunhidos a fúria de criminosos mascarados contra cidadãos comuns. Criaturas como essa precisam ser mandadas de volta para as catacumbas de onde jamais deviam ter saído.

O ator Sérgio Manberti

Ainda a entrevista de Dilma no Jô. Ou: Senil não, mas servil sim.

Segundo a jornalista Cora Ronai, Jô Soares “tem tanto direito de gostar da Dilma quanto a maioria de nós tem de não gostar; isso não faz dele automaticamente uma pessoa senil ou corrupta.”

Senil não, mas servil sim. É claro que ele tem o direito de gostar de quem quiser, mas não o de confundir simpatia e preferência com adulação que reflita no conteúdo que ele vende como “informação isenta”. Jô Soares, ainda que em franca decadência, é uma figura pública de renome e tem um espaço generoso na grade da maior emissora do país. Como já disse aqui, nunca esperei que ele a apertasse como um inquisidor ou um jornalista profissional, mas ao menos tinha esperança de que ele tivesse alguma compostura, em respeito a sua própria biografia. A vassalagem apoplética na boca de um senhor de cabelos brancos é muito mais hedionda e perigosa do que na de um adolescente espinhento.

Adendo – Ter linha editorial é distinto de se prestar ao panfletarismo. E é bom lembrar que Jô Soares nunca declarou a sua. Ele a assume de forma enviesada, sem jamais apresentá-la objetivamente ao público. Isso é intelectualmente covarde e desonesto, ainda mais quando a pessoa em questão banca de isenta quando não é de forma alguma.

Dilma, Jô Soares e o servilismo deslumbrado

Eu nunca espero nada de Dilma. Sua fala é um mocotó que une a dislexia verbal com a completa falta de caráter. O Dilmês é o idioleto onde a mitomania é inversamente proporcional à sintaxe. Dito isso, não me importa nem um pouco o que a presidente falou em sua participação no Talk Show de Jô Soares. O repertório de espancamento da verdade e da concordância deve ter seguido exatamente a mesma linha já vista em debates, pronunciamentos, coletivas de imprensa e discursos em Picos do Piauí. Chamá-la de “pós-cínica”, como fez o jornalista Josias de Souza, é chover no molhado.

Pelos relatos que li, e são unânimes, a entrevista foi uma sessão constrangedora de servilismo, dessas de fazer a audiência encolher no sofá de tanta vergonha alheia. Jô Soares serviu um banquete para a presidente, que apenas seguiu sua natureza, aproveitando as levantadas de bola para discorrer impropérios livre de qualquer contraditório. É claro que não se espera de um Talk Show a mesma acuidade jornalística e o mesmo nível de pressão que se espera de um programa propriamente noticioso, como uma sabatina no Jornal Nacional. Ocorre é que o gordo montou um palanque para Dilma. Nem João Santana conseguiria ser tão panfletário.

Meses atrás, em um episódio lamentável, Jô Soares achincalhou publicamente um integrante de sua plateia que ousou defender o deputado Jair Bolsonaro. Do alto de sua mesinha, ele incitou seu público contra o rapaz e ainda disse que já havia ouvido “muitas bobagens”, mas não uma daquele tamanho. Na noite de ontem, ouvindo Dilma falar livremente sobre os mais variados assuntos, da crise econômica até a as trocas na direção da Petrobras, o apresentador não mostrou a mesma indignação. Ao contrário. Bem deslumbrado e bem domesticado, escancarou a moral de capacho que o faz bater o pé com anônimos e lamber as botas das autoridades.

Uma entrevista difícil

O Boticário e a liberdade de se perverter Cristo em um país católico

Episódios isolados de preconceito contra gays não se constituem em um ambiente institucionalizado de homofobia. A rejeição geral da sociedade ao boicote ao Boticário, proposto pelo Pastor Silas Malafaia, só prova isso. Os movimentos gays organizados, entretanto, atuam de forma histérica, tentando vender uma realidade de perseguição que não existe no Brasil, mas sim no Oriente Médio. No editorial do meu programa na Rádio Sonora, comentei o assunto. Confiram a íntegra do áudio:

O ceticismo em relação ao governo e ao estado. Ou: Uma entrevista com Bruno Garschagen sobre seu livro

No meu programa na Rádio Sonora, tive o enorme prazer de conversar com o escritor Bruno Garschagen, que está lançando o livro “Pare de acreditar no governo”. A obra é uma história da mentalidade brasileira que vê de forma equivocada o estado como um ente puro que é conspurcado pela ação nefasta de políticos. Bruno falou do tom da obra e da história do título, além de tratar de alguns assuntos abordados no livro. Confiram a íntegra do áudio:

Para comprar o livro de Bruno Garschagen, clique aqui

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Em entrevista ao Confronto, Promotor Ronaldo Rezende defende a reformulação do ECA e a queda imediata do Estatuto do Desarmamento

Entrevistei o Promotor Ronaldo Lara Rezende para o meu programa na Rádio Sonora. Ele defendeu a reforma do ECA, com a possibilidade de menores ficarem mais tempo internados  e com a eventualidade da internação se transmutar em pena a ser cumprida em presídio comum. Segundo o Promotor, a atual legislação prevê que menores infratores podem ficar até três anos internados, mas que isso na prática não se consuma.

Confiram a íntegra da entrevista que fiz com o Promotor Ronaldo Rezende: 

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O promotor Ronaldo Rezende em entrevista ao editor do blog

Cristovam Burque, o autoritário açucarado, distorce o sentido do PL “Escola Sem Partido”

O Senador Cristovam Buarque, que Lula demitiu do Ministério da Educação por telefone, comentou o PL Escola Sem Partido, que pretende barrar a continuidade da ideologização do ensino. Em meu programa na Rádio Sonora, comentei em meu editorial as declarações desse autoritário açucarado, que distorceu o sentido do projeto e demonizou o eleitorado conservador.

Confiram o meu comentário:

Confiram o vídeo em que o Senador analisa o PL: